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sábado, 8 de dezembro de 2007
REI LEÃO - Livro
Todas as manhãs, quando o sol surge no horizonte, uma gigantesca formação de rochas recebe os primeiros raios de luz. Esta é a Pedra do Rei, lar do meu bom amigo Rei Mufasa e sua adorável espora, Rainha Sarabi. Numa determinada manhã, animais de todos os cantos das Terras do Rei vieram até a Pedra do Rei para reverenciar o nascimento do seu filhote, Simba.
Como parte da celebração, eu tinha um dever especial. Parti uma cabaça ao meio, mergulhei o meu dedo dentro e fiz uma marca na testa de Simba.
Depois eu levantei o futuro rei bem alto para todos verem. Os elefantes trombeteavam com suas trombas, os macacos pulavam para cima e pra baixo e as zebras batiam os seus casos alegremente.
Não longe de cerimônia, numa caverna nos fundos da Pedra do Rei, um leão magro, de juba escura, resmungava: ”A vida não é justa. Eu nunca serei rei.” Era o irmão de Mufasa, Scar, que estava com inveja da posição de Simba como futuro rei.
Momentos depois, Mufasa estava na entrada da caverna: “Sarabi e eu não
vimos você na apresentação de Simba.”
Zazu, fiel conselheiro de Mufasa, também apareceu. “Você deveria ser o primeiro da fila.”
“Eu era o primeiro da fila... até que a bolinha peluda apareceu nasceu.” Dito isto, Scar se retirou da caverna.
Em breve, Simba nasceu como um filhote saudável e brincalhão. Todas as manhãs, ele e Mufasa subiam ao topo da Pedra do Rei. Enquanto contemplavam o nascer do sol, Mufasa apontava para um ponto longínquo
das Terras do Rei. “Olhe, Simba. Tudo isso que o sol toca é o nosso reino.”
Simba olhou para a paisagem e notou uma região escura lá longe. “E aquele lugar escuro?”
“Fica além de nossa fronteira. Jamais deve ir lá.”
“Mas um rei não pode fazer tudo o que quiser?”
“Há muito mais que um rei tem que fazer além da sua vontade. Tudo o que você vê faz parte de um delicado equilíbrio. Como rei, você tem que entender esse equilíbrio e respeitar todos os animais... desde a formiguinha
até o maior dos antílopes. Estamos todos ligados no grande Ciclo da Vida.”
Mais tarde, quando Simba passeava sozinho, encontrou-se com Scar: “Tio Scar, adivinhe só. Eu vou ser o rei da Pedra do Rei. Meu pai me mostrou todo o reino. E eu vou mandar nisso tudo!”
Scar olhou malicioso para o leãozinho. “Ele não lhe mostrou o que está além do planalto na fronteira norte?”
“Ah, não. Disse que não posso ir lá.”
“E ele está absolutamente certo. Lá é muito perigoso. Só os leões mais corajosos vão lá. Prometa que você nunca ria àquele lugar tenebroso.”
Quando Simba voltou para casa, encontrou sua amiguinha Nala e a mãe dela que visitavam Sarabi.
“Vamos. Ouvir falar de um grande lugar!”
As mães deram permissão para as crianças irem, contanto que Zazu fosse com elas. Simba e Nala correram pelas Terras do Reino num esforço para se livrarem do vigilante pássaro. Eles o conduziram através de muitas manadas de animais, até que finalmente o perderam de vista. Quando se livraram de Zazu, Simba e Nala brincaram de atacar um ao outro. Eles tombaram pela colina abaixo e foram parar num desfiladeiro sombrio repleto de esqueletos e crânios de elefantes. “Nossa!”
Simba olhou em torno e exclamou: “É aqui. Chegamos.”
Antes que os filhotes explorassem um pouco mais, Zazu os encontrou. “Ah!”
“Estamos muito além dos limites das Terras do Reino. E agora estamos todos em perigo!”
De repente, três hienas surgiram de trás do crânio de um elefante. Amedrontados, Simba, Zazu e Nala pularam para trás. Eram Banzai, sua parceira Shenzi e o sempre sorridente Ed.
Banzai reclamou: ”Um trio de invasores!”
Zazu tentou sair com os filhotes em segurança, mas Banzai o agarrou pelo pescoço e o derrubou. As hienas cercaram suas presas lambendo os beiços.
“Por que a pressa? Seria ótimo ficarem para o jantar.”
Enquanto as hienas discutiam sobre quem iria jantar quem, Simba, Nala e Zazu fugiram silenciosamente. Mas as hienas não se distraíram por muito tempo. Começaram a persegui-los e Simba e Nala tiveram que correr o mais rápido possível. Finalmente tentaram se esconder atrás de uns ossos de elefante.
E quando tudo parecia perdido para os filhotes, Mufasa apareceu e fez as hienas voarem com simples tapas de suas patas enormes.
“Se chegarem perto do meu filho outra vez...”
As hienas fugiram covardemente e Mufasa dirigiu-se a Simba: “Você acabou me desobedecendo! Estou decepcionado com você!”
Mufasa mandou Nala e Zazu para casa para que pudesse falar em particular com seu filho. Simba tentou se justificar: “Eu só quis ser valente como você.”
“Ser valente não quer dizer se meter em apuros.”
“Pai?” – “Um?” – “Somos amigos, não é? E sempre estaremos juntos, não é?”
Mufasa olhou para as estrelas. “Simba... deixe-me contar-lhe uma coisa que meu pai me contou. Olhe as estrelas. Os grandes reis do passado olham pra nós lá das estrelas. E sempre que se sentir sozinho, procure lembrar que aqueles reis sempre estarão lá para guiá-lo. E eu também estarei.”
Enquanto isso, as hienas receberam outra visita: um raivoso Scar apareceu em sua toca. “Mandei de presente aqueles filhotes pra vocês... e vocês nem souberam acabar com eles” Scar avisou seus parceiros para estarem preparados. Banzai sorriu: “É, preparados. Nós estaremos. Pra quê?”
Scar olhou para ele com o perigo nos olhos: “Para a morte do rei!”
No dia seguinte, Scar convidou Simba para acompanhá-lo até o desfiladeiro. Quando lá chegaram, Scar voltou-se para seu jovem sobrinho.
“Espere aqui. Seu pai tem uma surpresa maravilhosa pra você.”
Pouco depois de sair, fez um sinal para as hienas, que espantaram uma manada de animais selvagens na direção de Simba.
De longe, Mufasa notou a poeira subindo. Scar surgiu rapidamente a seu lado. “Debandada! No desfiladeiro! Simba está lá!”
Sem esperar um segundo, Mufasa correu para salvar o filho.
Mufasa precipitou-se no desfiladeiro, batalhando para abrir caminho entre os animais selvagens. Encontrou Simba, abocanhou-o pela nuca e o colocou numa borda próxima. Subitamente Mufasa foi lançado de volta para a manada.
“Ah...” – “Pai!”
Desesperadamente, tentou escalar até uma outra borda, de onde Scar o observava. “Irmão!... Me ajude!”
Scar alcançou Mufasa e o puxou para perto, o bastante para sussurrar em seu ouvido: “Vida longa ao rei.” Então Scar soltou Mufasa, deixando-o cair para a morte.
Simba viu lá de cima o seu pai desaparecer debaixo dos cascos da manada.
Mais tarde, Scar encontrou Simba inclinado sobre o corpo do pai, chorando. “Foi um acidente. Eu não quis que isso acontecesse.”“Mas o rei está morto. E se não fosse por você, ainda estaria vivo. Ah... E o que sua mãe vai pensar?”
Simba chorou mais ainda. “E o que é que eu vou fazer?”
“Fuja, Simba. Fuja! Fuja e não volte nunca mais.”
Simba fez o que ele aconselhou, sem saber que as hienas amigas de seu tio receberam ordens para matá-lo. Scar voltou para a Pedra do Rei para se apossar do trono.
Enquanto isso, Simba caminhou pela savana, sem água ou comida. Não demorou muito para que caísse desmaiado sob o sol quente.
Quando os abutres já começaram a rodeá-lo, um bondoso javali chamado Pumba deparou com o jovem leão. Ele voltou-se para o seu fiel companheiro, um suricate vivaz chamado Timão. “Tão bonitinho e sozinho. Ficamos com ele?”
“Pumba, tá maluco? Leões comem caras como nós!”
Mas Pumba pegou Simba assim mesmo e o levou para um lugar seguro.
Quando Simba acordou, o primeiro pensamento que teve foi o da morte de seu pai. Timão lhe ensinou a filosofia Hakuna Matata, que é viver sem
problemas ou responsabilidades.
“Você tem que deixar seu passado pra trás.”
E foi exatamente o que Simba fez. Ele ficou na selva com Pumba e Timão durante muito tempo, até se tornar um leão muito grande. Mas às vezes sentia saudades do lar. Uma noite, quando olhava para as estrelas, ele recordou as palavras que seu pai lhe ensinou há muito tempo. “Os grandes
reis do passado olham para nós lá das estrelas. E sempre que se sentir sozinho, procure lembrar que aqueles reis sempre estarão lá para guiá-lo. E eu também estarei.”
No dia seguinte, Pumba foi perseguido e atacado por uma leoa. Simba veio em seu socorro, mas depois de lutar com a leoa, que quase o dominou, ele percebeu que era sua amiga de infância.
“Nala? O que está fazendo aqui?”
“Por que você não voltou para a Pedra do Rei? Você é o rei!”
“Não sou eu o rei. É o Scar.”
“Simba, ele deixa as hienas comandarem as Terras do Reino.”
“O quê?”
“Não há comida, não há água. Se você não fizer alguma coisa logo, todos vão morrer. Você é a nossa única esperança.”
“Não posso voltar.”
Simba gritou para os céus: “Você disse que estaria sempre ai pra mim! Mas não está... por minha causa.”
Simba não acreditava que pudesse tomar o trono de Scar, por isso permaneceu na selva com Nala e seus amigos.
Mas eu sabia que havia chegado a hora de Simba ocupar seu lugar no Ciclo da Vida. E eu fui para a selva.
Quando Simba me viu, ficou surpreso. “Quem é você?”
“A pergunta é: quem é você?”
“Pensei que eu soubesse. Agora não estou certo.”
“Mas eu sei quem você é: é o filho de Mufasa! E ele está vivo! E vou mostrá-lo para você. Siga o velho Rafiki. Ele sabe o caminho.”
Conduzi Simba para um lago espelhado. Quando ele olhou para a água, viu um leão. “Este não é meu pai. É só o meu reflexo.”
“Não! Olhe com atenção. Está vendo... ele vive com você.”
O fantasma de Mufasa apareceu magicamente. “Olhe para dentro de você, Simba Você é mais do que pensa que é. Você tem que ocupar seu lugar no Ciclo da Vida.”
Encorajado pelas palavras do pai, Simba voltou à Pedra do Rei. Nala, Pumba e Timão o seguiram. Quando Simba chegou, encontrou a terra seca e devastada.
As hienas controlavam tudo. “Sarabi!” Scar estava gritando para a mãe de Simba.
Sarabi voltou-se para Scar: “Temos que deixar a Pedra do Rei!”
“Não vamos a lugar algum. Eu sou o rei. Eu...”
“Se fosse a metade do rei que Mufasa foi...”
“SOU DEZ VESES O QUE MUFASA FOI!”
Subitamente, um raio iluminou a beira d Pedra do Rei e lá estava Simba. Scar pulou para trás.
“Simba? Eu estou surpreso em ver você... e vivo!”
“Me dê uma boa razão para eu não lhe arrebentar!”
Mas Scar forçou Simba a dizer, em frente os leões, que foi ele o causador da morte do pai.
Scar sorriu malicioso. “Ah, Simba, está em apuros outra vê. E desta vez
papai não está aqui para salvá-lo. E agora todos já sabem por que”.
Simba recuou para a beira do penhasco. Um novo raio caiu, incendiando o mato seco das Terras do Reino.
Simba, ao saber da verdade, pulou em Scar. Nala e as outras leoas juntaram-se à batalha. Em meio à fumaça e às chamas do mato incendiado, Simba percebeu Scar tentando escapar e correu atrás do velho leão. Scar implorou ao sobrinho:
“Simba, eu vou te compensar. Eu prometo. E como eu posso provar isso a você?”
“Fuja! Fuja, Scar e não volte nunca mais!”
Scar fingiu que se retirava, mas voltou-se num bote contra Simba. Simba se desviou rapidamente, derrubando Scar do penhasco. O vilão foi cair no meio de um bando de hienas famintas.
Mancando, Simba subiu ao ponto mais alto da Pedra do Rei. Soltou um urro magnífico, enquanto contemplava o seu vasto reino.
Em breve, as Terras do Reino floresceram novamente. Nala ficou ao lado de Simba e logo eles tiveram o seu próprio filhote.
Com todos os amigos presentes, inclusive Zazu, Pumba e Timão, tivemos uma nova celebração da vida. Depois de fazer a marca na testa do filhote, eu o ergui bem alto, para que todo o reino o visse.
FIM!
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